Eu trabalhei por vários anos em uma grande empresa estatal, principalmente envolvido na reparação de caminhões importados rodoviários e fora de estrada, então tenho alguma experiência em manutenção de caminhões. (Reparar carregadeiras, no entanto, pertence ao campo de máquinas de construção. Eu realmente não reparei carregadeiras domésticas — exceto uma vez, quando a Chengdu-30 de um colega perdeu a marcha a ré e eu fui ajudar a consertá-la.) Agora, algumas palavras diretas: A falha do seu redutor principal se deve a uma fraqueza estrutural inerente — ele não é durável por design. A fábrica usou um redutor principal de engrenagem hipóide projetado para aplicações automotivas para reduzir custos, mas este design não é adequado para máquinas de construção. 1. Problemas de Design e Condições de Trabalho As condições de trabalho de uma carregadeira são muito diferentes das de um caminhão. As carregadeiras operam frequentemente em marcha a ré — mesmo que o tempo de operação em marcha a ré não seja igual ao de operação para frente, não está muito longe. E as operações em marcha a ré são quase sempre sob carga pesada (por exemplo, dar ré após o carregamento). Para o redutor principal, esta é uma condição de trabalho severa. O problema é que o redutor principal de engrenagem hipóide tem um desempenho ruim ao dirigir em marcha a ré — o pinhão de acionamento opera em seu limite mecânico sob torque reverso. Esta condição é rara em caminhões, onde a condução para frente com carga pesada é o modo primário. No entanto, para carregadeiras, a marcha a ré com carga pesada é uma condição de trabalho comum. (Se você discorda, tente nomear uma carregadeira que não execute frequentemente marcha a ré com carga pesada — haha!) Entre as marcas confiáveis, quase nenhuma usa transmissões de engrenagem hipóide em carregadeiras. Em vez disso, elas usam redutores principais de engrenagem cônica espiral convencional, que têm uma capacidade de carga muito maior. Embora o tipo de engrenagem cônica espiral tenha uma relação de redução menor, isso é compensado pela transmissão final (redução da roda). Como resultado, a menos que uma engrenagem esteja literalmente quebrada, esses redutores não apresentam desgaste precoce ou falha por sobrecarga. Marcas com as quais estou familiarizado — CAT, Komatsu, Kawasaki, etc. — todas adotam essa abordagem. 2. Vantagens e Desvantagens dos Redutores Principais de Engrenagem Hipóide Vantagens: Grande relação de redução. Pode-se obter alta distância ao solo do eixo de acionamento. Estrutura compacta (mas isso também significa alta concentração de carga). Adequado para operação de veículos em alta velocidade. Desvantagens: Alta carga em pinhões pequenos (grande relação de redução significa vida útil mais curta do pinhão — tão poucos quanto cinco dentes de acionamento). Grande atrito de deslizamento durante o engrenamento, levando à geração de calor. Alta precisão de montagem necessária e precisa de lubrificantes especiais. Como não podemos mudar as falhas de design inerentes, vamos nos concentrar no que pode ser melhorado na montagem e ajuste. 3. Análise de Falhas Da condição de falha do seu conjunto de engrenagens, o seguinte pode ser observado: O pinhão de acionamento mostra contato no calcanhar (extremidade grande), já no limite — isso indica ajuste inadequado e folga excessiva do rolamento. Desgaste severo do rolamento e má lubrificação — levando ao desgaste da superfície da engrenagem, desgaste da engrenagem planetária e da caixa do diferencial, e eventual falha por pitting/lascamento. (Isso é evidente a partir da mudança de contato total em direção à extremidade grande do pinhão.) Rolamentos de baixa qualidade e ajuste inadequado da folga, causando falha precoce e danos subsequentes a todo o conjunto de engrenagens (incluindo engrenagens planetárias e laterais no diferencial). 4. Minha Abordagem Técnica Recomendada (Puramente de uma Perspectiva Técnica) Não compre rolamentos OEM (embora as engrenagens OEM devam ser usadas). Os rolamentos OEM são decentes, mas não de primeira linha — o controle de custos afeta a qualidade. Em vez disso, use rolamentos de alta precisão, pelo menos padrão antigo chinês classe E ou grau ISO P5. Eles são mais caros, mas têm o dobro da vida útil. (Um caso real da experiência: Em 1992, quando eu trabalhava em uma empresa estatal, um técnico eletricista me pediu para diagnosticar um motor síncrono de 250 kW recém-revisado que estava superaquecendo e fazendo barulho. Com apenas um estetoscópio caseiro, rastreei o problema até os rolamentos. Ele havia comprado, sem saber, rolamentos falsificados. Seguindo meu conselho, ele os substituiu por rolamentos genuínos classe E da Harbin Bearing Factory — e o problema foi completamente resolvido. Essa história se tornou bem conhecida em nossa empresa e me ensinou o valor do conhecimento multidisciplinar — e como julgar a qualidade do rolamento por meios simples.) Repare ou substitua a carcaça do diferencial. Se estiver excessivamente desgastada e não for restaurada ou substituída, as engrenagens planetárias e laterais terão uma vida útil extremamente curta em condições de serviço pesado. As arruelas planetárias deformarão e falharão devido ao desgaste da contrapressão, levando à quebra da engrenagem. Como a carcaça é de ferro fundido, é difícil reparar e usinar corretamente. Durante a montagem, ajuste cuidadosamente a folga do rolamento e o padrão de contato da engrenagem. Dentro dos limites especificados, uma folga de rolamento menor significa vida útil mais longa e maior capacidade de carga. (Em algumas aplicações de precisão, a pré-carga — folga negativa — é até aplicada para que a folga adequada apareça sob carga.) Para o conjunto de engrenagens, o padrão de contato deve favorecer a ponta (extremidade pequena) e estar ligeiramente em direção ao topo do dente ao considerar a carga reversa. Dessa forma, sob carga pesada, o contato se moverá em direção ao calcanhar e à raiz — as partes mais fortes do dente. Este ajuste é mais crítico do que simplesmente atender às especificações de folga. Nunca aqueça os rolamentos com um maçarico de corte oxi-combustível. Seus rolamentos atuais foram danificados pelo calor e têm uma vida útil restante muito curta. Se o aquecimento for necessário, use um maçarico de solda oxiacetilênico e mova a chama — nunca aqueça um ponto continuamente. Um guia prático de temperatura: quando uma gota de água evapora instantaneamente, está em torno de 200 °C — um “termômetro do homem pobre” rápido. Sempre use óleo para engrenagens hipóides confiável, com classificação GL-5, viscosidade 85W-140. De preferência, escolha uma marca confiável — mesmo o óleo Great Wall (Changcheng) genuíno é aceitável. Substitua-o em intervalos regulares de acordo com os requisitos de manutenção padrão — afinal, trocar o óleo é sempre mais barato do que trocar peças.